PABLO RAPHAEL
A canadense BioWare já conquistou seu lugar entre as principais produtoras de RPGs deste lado do globo, com games como "Knights of the Old Republic", e, claro, "Mass Effect". O universo de "Dragon Age", introduzido em 2009, bebe em uma fonte mais antiga e é considerado por muitos, o sucessor espiritual de "Baldur's Gate", clássico de fantasia medieval nos computadores.
Lançado em 2009, "Origins" introduziu o mundo de Thedas e a guerra entre os cavaleiros Grey Warden e os Darkspawn, demônios decididos à dominar o mundo. O charme do jogo estava nos vários prelúdios possíveis, que mudavam de acordo com a escolha de raça e classe do jogador, como em um RPG "de mesa", ao estilo "Dungeons & Dragons". Várias expansões depois, chega "Dragon Age 2", uma continuação que, mesmo com algumas falhas, eleva o nível da aventura de fantasia épica da BioWare.
De refugiado à campeão
A principal diferença entre "Origins" e "Dragon Age 2" está no escopo da história: no primeiro jogo, o herói não era tanto o personagem principal, mas sim um coadjuvante importante no desenrolar dos eventos. Em "Dragon Age 2", a aventura é sobre Hawke, o herói controlado por você.
Você pode escolher o sexo, a classe - mago, guerreiro ou ladino - e a aparência de Hawke, mas isso é tudo. Seu passado, como refugiado de Ferelden, sua família e suas motivações iniciais são pré-definidas. Melhor ainda, Hawke fala, diferente do herói mudo do jogo anterior.
O herói pré-definido parece uma limitação, mas é na verdade o maior mérito de "Dragon Age 2". O personagem é melhor desenvolvido, tanto em sua história pessoal - a ascensão de Hawke, de refugiado à campeão de Kirkwall - quanto em sua relação com os outros aventureiros, que pode evoluir e terminar em romance, grandes amizades ou mesmo em rivalidade.
Nesse sentido, "Dragon Age II" é muito parecido com "Mass Effect", e os jogadores ganham com isso, ao lidar com personagens mais interessantes e envolventes. A semelhança com "Mass Effect" fica clara no sistema de diálogos, em que um disco apresenta várias opções, com frases que sugerem o que Hawke vai dizer. O game inclusive aprimora esse sistema, com ícones que indicam o sentido geral da frase, se a fala será gentil, rude, uma piada, uma cantada ou uma mentira, entre outras possibilidades.
Você pode transferir os dados de suas aventuras em "Origins" - inclusive conteúdo adicional - e "Awakening" para "Dragon Age 2". Mesmo ambientado em uma região distante de Thedas, os eventos do jogo anterior influenciam na história, seja em conversas e rumores sobre o "Herói de Ferelden" ou em encontros durante o jogo. Você salvou os lobisomens da maldição em "Origins"? Então Hawke pode encontrar um refugiado que foi um dos amaldiçoados, vagando pela estrada em Free Marches.
O sistema de combate foi remodelado e ficou mais ágil do que em "Origins". Ainda é possível pausar as batalhas e determinar comandos para cada personagem, mas a BioWare não espera que você faça isso. É possível saltar de um membro do grupo para outro com um toque de botão, sem necessidade de interromper as lutas, que são rápidas, frequentes e brutais.
Detalhes que fazem a diferença
São mudanças pequenas, mas que tornam a experiência muito mais confortável nos consoles do que no game anterior, onde o PC era a plataforma mais indicada. Para quem prefere combates mais estratégicos, é possível definir ações e táticas para cada personagem, mas é possível atravessar o game tranquilamente sem lidar com essa função.
Falando em mudanças, "Dragon Age 2" recebeu um belo tratamento visual, com cenários e personagens mais detalhados e ângulos de câmera que tornam as cenas e diálogos mais interessantes. Não é tão bonito quanto "Mass Effect", por exemplo, mas é uma evolução considerável para a série.
O game é ambientado na cidade de Kirkwall e na região de Free Marches, ao seu redor. A cidade é dividida em várias áreas, com bairros luxuosos, áreas comerciais agitadas, um porto e favelas perigosas. O mapa apresenta um bom sistema de navegação, que permite, inclusive, alternar entre dia e noite - algumas missões e encontros só ficam disponíveis em certos horários. As ruelas da periferia são muito mais perigosas na calada da noite, por exemplo.
Infelizmente, por melhor elaborados que sejam os cenários de "Dragon Age 2", é neles que residem as maiores falhas do jogo. A vida em Kirkwall é estática e durante os três anos em que a história avança, nada muda na cidade. As cavernas que servem de locação para as missões secundárias são muitas vezes, idênticas: o esconderijo dos magos em uma montanha é igual, em cada detalhe, ao covil dos sequestradores da missão anterior.
Outro problema é a duração de cada parte do jogo: "Dragon Age 2" se desenrola em três anos, sendo a primeira parte muito demorada, a segunda - e melhor - é o clímax do jogo e é mais curta, enquanto a terceira e última não é tão emocionante, mas é acelerada, com pressa para encerrar a aventura. Não é algo que vá arruinar a experiência do jogador, principalmente de quem busca um RPG com muitas horas de duração e dezenas de aventuras paralelas, mas poderia ser melhor trabalhado pelos roteristas da BioWare.
Confira o Trailer:
E conheça sua classes:
Fonte: http://jogos.uol.com.br/
De refugiado à campeão
A principal diferença entre "Origins" e "Dragon Age 2" está no escopo da história: no primeiro jogo, o herói não era tanto o personagem principal, mas sim um coadjuvante importante no desenrolar dos eventos. Em "Dragon Age 2", a aventura é sobre Hawke, o herói controlado por você.
Você pode escolher o sexo, a classe - mago, guerreiro ou ladino - e a aparência de Hawke, mas isso é tudo. Seu passado, como refugiado de Ferelden, sua família e suas motivações iniciais são pré-definidas. Melhor ainda, Hawke fala, diferente do herói mudo do jogo anterior.
O herói pré-definido parece uma limitação, mas é na verdade o maior mérito de "Dragon Age 2". O personagem é melhor desenvolvido, tanto em sua história pessoal - a ascensão de Hawke, de refugiado à campeão de Kirkwall - quanto em sua relação com os outros aventureiros, que pode evoluir e terminar em romance, grandes amizades ou mesmo em rivalidade.
Nesse sentido, "Dragon Age II" é muito parecido com "Mass Effect", e os jogadores ganham com isso, ao lidar com personagens mais interessantes e envolventes. A semelhança com "Mass Effect" fica clara no sistema de diálogos, em que um disco apresenta várias opções, com frases que sugerem o que Hawke vai dizer. O game inclusive aprimora esse sistema, com ícones que indicam o sentido geral da frase, se a fala será gentil, rude, uma piada, uma cantada ou uma mentira, entre outras possibilidades.
O sistema de combate foi remodelado e ficou mais ágil do que em "Origins". Ainda é possível pausar as batalhas e determinar comandos para cada personagem, mas a BioWare não espera que você faça isso. É possível saltar de um membro do grupo para outro com um toque de botão, sem necessidade de interromper as lutas, que são rápidas, frequentes e brutais.
Detalhes que fazem a diferença
São mudanças pequenas, mas que tornam a experiência muito mais confortável nos consoles do que no game anterior, onde o PC era a plataforma mais indicada. Para quem prefere combates mais estratégicos, é possível definir ações e táticas para cada personagem, mas é possível atravessar o game tranquilamente sem lidar com essa função.
Falando em mudanças, "Dragon Age 2" recebeu um belo tratamento visual, com cenários e personagens mais detalhados e ângulos de câmera que tornam as cenas e diálogos mais interessantes. Não é tão bonito quanto "Mass Effect", por exemplo, mas é uma evolução considerável para a série.
O game é ambientado na cidade de Kirkwall e na região de Free Marches, ao seu redor. A cidade é dividida em várias áreas, com bairros luxuosos, áreas comerciais agitadas, um porto e favelas perigosas. O mapa apresenta um bom sistema de navegação, que permite, inclusive, alternar entre dia e noite - algumas missões e encontros só ficam disponíveis em certos horários. As ruelas da periferia são muito mais perigosas na calada da noite, por exemplo.
Infelizmente, por melhor elaborados que sejam os cenários de "Dragon Age 2", é neles que residem as maiores falhas do jogo. A vida em Kirkwall é estática e durante os três anos em que a história avança, nada muda na cidade. As cavernas que servem de locação para as missões secundárias são muitas vezes, idênticas: o esconderijo dos magos em uma montanha é igual, em cada detalhe, ao covil dos sequestradores da missão anterior.
Outro problema é a duração de cada parte do jogo: "Dragon Age 2" se desenrola em três anos, sendo a primeira parte muito demorada, a segunda - e melhor - é o clímax do jogo e é mais curta, enquanto a terceira e última não é tão emocionante, mas é acelerada, com pressa para encerrar a aventura. Não é algo que vá arruinar a experiência do jogador, principalmente de quem busca um RPG com muitas horas de duração e dezenas de aventuras paralelas, mas poderia ser melhor trabalhado pelos roteristas da BioWare.
Confira o Trailer:
Fonte: http://jogos.uol.com.br/
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